Entenda tudo sobre a Leishmaniose Visceral Canina (Calazar). Como saber se o seu cachorro desenvolveu leishmaniose? Existe tratamento par a leishmaniose visceral canina?
O que é Leishmaniose Visceral Canina (Calazar)?
A Leishmaniose Visceral Canina é uma zoonose (Doença que é transmitida de animais para as pessoas). A Leishmaniose Visceral Canina afeta pessoas em várias partes do mundo, estando presente em toda a América do Sul, sendo que 90% dos casos registrados estão no Brasil, está presente também no Sul Europeu, na África do Norte e Oriente Médio e na China. A Leishmaniose afeta anualmente, cerca de 500 mil pessoas em todo o mundo e cerca de 3 mil destas pessoas estão no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Leishmaniose está entre as 6 maiores endemias do planeta. Trata-se de uma doença crônica e caso não seja tratada, pode ser fatal, possui como agente etiológico o protozoário Leishmania donovani chagasi, e é transmitida através da picada da fêmea do mosquito hematófago (que se alimenta com sangue) Lutzomyia longipalpis (conhecido por Mosquito Palha, Birigui ou Flebótomo) contaminado. Por tratar-se de uma zoonose, ou seja, uma doença que é transmitida dos seres humanos para os animais e vice-versa, o governo brasileiro adotou uma medida bastante drástica, com a intenção de dizimar a proliferação da Leishmaniose no país e instituiu que todos os animais acometidos pela Leishmaniose devam ser sacrificados.
Como é que se pega Leishmaniose (Calazar)?
Curiosamente, a Leishmaniose não afeta a população de gatos, no entanto, os cães, dentre todos os animais domésticos, são os animais mais prejudicados pela doença, sendo os principais alvos do protozoário Leishmania donovani chagasi. O nome veterinário dado a esta doença é Leishmaniose Visceral Canina. O cachorro é considerado um importante disseminador da doença, devido a sua proximidade com o homem. No entanto, outros animais, tanto domésticos quanto silvestres, podem servir de hospedeiros intermediários desta doença. Outro dado curioso é que é impossível pegar Leishmaniose através do contato direto com esses animais. O contágio da Leishmaniose, como já vimos anteriormente ocorre somente através da picada da fêmea infectada do “mosquito palha”.
Muito se fala a respeito do contágio e da disseminação da Leishmaniose. Infelizmente para nós proprietários de cães, o cachorro é apontado como o grande responsável pela propagação da Leishmaniose. No entanto, como acabamos de citar, o papel do cachorro neste cenário, é apenas o de hospedeiro da doença, da mesma maneira que acontece com as pessoas.
Infelizmente, devido a desinformação, a respeito da Leishmaniose Visceral Canina, a grande maioria dos proprietários de cães no Brasil, acabam seguindo a cartilha do governo brasileiro sobre este assunto e terminam sacrificando seus cães sem ao menos tentar o tratamento. E o que é pior, a alguns anos atrás, conheci uma veterinária (veja bem, uma veterinária não deveria ser ignorante com relação a este assunto, não é verdade?), que ao fazer exames de rotina em seu filhotinho, absolutamente saudável, detectou que ele era portador de Leishmaniose e mesmo adorando seu filhote, optou por sacrificá-lo, devido as normas estipuladas pelo governo do Brasil. Agora pense, sendo que os animais são apenas os hospedeiros da doença, esta não seria uma maneira um pouco drástica de resolver o problema? Se você sacrifica um cachorro, o mosquito continua a picar as pessoas e os animais, não é verdade? Você realmente acredita que sacrificar seu cachorro irá impedir a disseminação da Leishmaniose? Se você, ou algum membro de sua família for infectado pelo mosquito palha contaminado por este protozoário, e esta pessoa acabar desenvolvendo a doença, esta pessoa será trada, não é verdade? Afinal, nós não sacrificamos pessoas. Então, qual é o motivo pelo qual somos obrigados a sacrificar nosso cachorro?
Ter a informação sobre como se dá a contaminação por Leishmaniose, saber como ela se propaga, deveria fazer com que o governo buscasse maneiras preventivas que visam priorizar a saúde de todos, incluindo pessoas, animais domésticos e fauna silvestre.
O alvo do governo brasileiro deveria ser o mosquito flebótomo e não o extermínio de animais inocentes.
De acordo com o Ministério da Saúde, quando uma pessoa é diagnosticada com Leishmaniose, a Vigilância Sanitária deve seguir algumas medidas de controle, como investigar as pessoas da região, a fim de verificar se existem pessoas contaminadas e tratá-las de maneira precoce.
No entanto, a primeira medida a ser adotada pelo governo ao constatar um caso da doença em pessoas, é não apenas o recolhimento e extermínio em massa de cães de rua, mas também o extermínio de animais domésticos. Outro grande absurdo é que os métodos que são utilizados para fazer o diagnóstico da doença, não são precisos, ou seja, se o cachorro tem alguma outra enfermidade e o resultado do exame der um falso positivo, o governo não realiza um segundo exame para confirmar se há ou não a presença do protozoário Leishmania donovani chagasi.
O que é mais desesperador em tudo isso é que nenhum controle contra o mosquito transmissor da Leishmaniose é realizado. E o motivo que o governo alega para que não haja investimento com dedetização, vacinas e utilização de repelente é financeiro.
A vacina e as coleiras de deltametrina, são indicadas pela Organização Mundial de Saúde para o controle da Leishmaniose Visceral, e obviamente não são adotadas pelos serviços públicos de saúde brasileiros e por sofrem taxações de impostos absurdas, torna a utilização destes produtos inviável para grande maioria das pessoas.
Leishmaniose Visceral Canina prevenção é a melhor forma de proteger seu melhor amigo!
Quais os sintomas da Leishmaniose (Calazar)?
Os principais sintomas da Leishmaniose Visceral Canina observados, são:
- Emagrecimento progressivo;
- Aumento dos gânglios linfáticos;
- Apatia, falta de apetite e anorexia;
- Atrofia muscular e sangramento nasal;
- Úlceras e descamação da pele;
- Descamação e perda de pelos;
- Feridas na pele que demoram para cicatrizar;
- Onicogrifose, crescimento anormal das unhas;
- Barriga inchada
- Olhos vermelhos e secreções.
- Diarreia, vômito e sangramento intestinal.
Após a transmissão pela picada do “mosquito palha”, o surgimento dos primeiros sintomas pode demorar semanas ou até alguns anos para aparecerem. Cerca de 20% dos animais infectados podem nunca manifestar sintomas.
A Leishmaniose Visceral Canina também pode afetar os órgãos internos do cachorro contaminado, provocando problemas renais, aumento do tamanho do fígado e além de ocasionar problemas nas articulações. Também cabe comentar, que se seu cachorro apresenta um ou mais sintomas citados aqui, isso não significa necessariamente que ele seja portador de Leishmaniose Visceral Canina, outras doenças em cães apresentam sintomas bastante parecidos.
Como se diagnostica a Leishmaniose Visceral Canina?
Não existem métodos de diagnóstico que sejam 100% confiáveis, portanto, o diagnóstico mais utilizado para confirmar se seu cão está ou não infectado pela Leishmaniose, é o exame de sangue, que aponta aumento das enzimas hepáticas ou anemia, outro exame que poderá ser realizado é o citológico, colhendo pequenas amostras de tecidos, porém o diagnóstico não é preciso, então a realização de vários exames sorológicos (ELISA e RIFI) exames laboratoriais parasitológicos ou moleculares em conjunto com exame clínico pode-se chegar a um resultado conclusivo.
Leishmaniose Visceral Canina (Calazar) tem cura?
A Leishmaniose Visceral Canina tem tratamento. O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina não é proibido, mas, como já você sabe, as políticas nacionais de saúde pública determinam que os animais infectados devem ser sacrificados, inclusive este assunto foi palco de grandes polêmicas, principalmente em regiões endêmicas, como já vimos mais acima, é adotado o sacrifício de inúmeros cães, sem ter a certeza do diagnóstico positivo da Leishmaniose.
Para alguns a doença não tem cura, mas podem ter os sintomas amenizados com medicação humana de valor muito alto, para outros tem cura com medicamentos manipulados de forma barata.
Na verdade o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina pode ser realizado através da utilização de drogas diferentes. Os remédios utilizados no tratamento da Leishmaniose Visceral Canina ao contrário do que muita gente imagina, podem ser econômicos por serem feitos através de fórmulas de manipulação. Na verdade o sucesso do tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, depende exclusivamente da dedicação, tanto do proprietário do cachorro, quanto do Médico Veterinário. O Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina com utilização de medicamentos para pessoas, é proibido, no entanto, vem sendo sendo questionado judicialmente devido ao fato de ser uma proibição através de Portaria Ministerial, que não é legalmente competente para proibir o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, apenas uma lei regulamentada teria competência para impedir o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina através de utilização de medicamento humano.
Com o tratamento se consegue a cura clínica, mas o cachorro continuará sendo portador do parasita. Por este motivo, é indicado que medidas preventivas mais rigorosas sejam tomadas nas residencias de cães que passaram por tratamento da Leishmaniose, para que eles não sejam picados novamente pelo mosquito flebótomo.
Em todos os países em que a Leishmaniose ocorre, a medida adotada pelos profissionais de saúde veterinários e pelo governo é o tratamento do animal, apenas no Brasil o sacrifício de cães é uma realidade.
Como evitar que meu cachorro pegue Leishmaniose Visceral Canina (Calazar)?
A melhor maneira de evitar a Leishmaniose tanto em cachorros quanto em pessoas é a prevenção, a fim de controlar a população e a presença do mosquito palha próximo de você e de sua família.
Retire do quintal matéria orgânica, como raízes, frutas e folhas de plantas no solo, a fim de eliminar criadouros desses insetos e utilize inseticidas apropriados para matar mosquitos. O resultado do uso de inseticidas no controle do mosquito flebótomo vem gerando resultados muito positivos em regiões endêmicas. Também é importante que você saiba que mosquitos palha como a grande maioria dos mosquitos, tem hábitos noturnos e são encontrados mais facilmente a partir do cair da tarde. Uma boa dica para proteger seu cachorro é levá-lo para dormir dentro de casa ou ao menos que você consiga abrigá-lo em algum local protegido por telas, outra medida possível de ser adotada é o uso de repelentes, que devem ser aplicados de forma contínua.
A primeira vacina mundial contra Leishmaniose Visceral Canina foi desenvolvida no Brasil, pela Pfizer Saúde Animal Brasil.
Aém de proteger o cachorro vacinado contra a Leishmaniose Visceral Canina, a vacina Leishmune, age como bloqueadora da transmissão da doença. A vacina apenas deve ser administrada em cães sadios e soronegativos para Leishmaniose Visceral Canina e a eficácia da vacina é de 90%. Outra forma de prevenção é utilizar coleiras apropriadas que repelem o mosquito palha.
Leishmaniose Visceral Canina – Considerações Finais
É muito importante conscientizar a população de que a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença infecciosa que não é contagiosa, apenas o mosquito palha é capaz de transmitir a doença, seja para pessoas ou para animais.
Em geral as pessoas que desenvolvem a Leishmaniose estão imunodeprimidas, pois de alguma maneira seu organismo está incapacitado de se defender da doença.
A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença em cães que pode ser tratável e a cura clínica é uma realidade. No entanto da mesma maneira que outras doenças que são causadas por protozoários como por exemplo a Doença de Chagas, que acomete as pessoas, o portador continua carregando o parasita, e isso ocorre tanto em cachorros como em seres humanos.
É importantíssimo frisar que a Organização Mundial de Saúde não recomenda a eutanásia como método de controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC). A decisão pela eutanásia em cães no Brasil é uma medida exclusiva do Ministério da Saúde, totalmente contrária a decisão dos governos de outros países, como o da Espanha, Itália, França e Alemanha que tratam seus cães.
Enfim, é importante que você tenha conhecimento que a Constituição Federal do Brasil não oferece ao governo o poder de obrigar um proprietário a sacrificar o seu cão, devido ao fato de que nossas leis, garantem o direito de propriedade com relação aos nossos animais. Caso o Poder Público de sua região acabe sacrificando um animal domiciliado, poderá ser acionado por crime de abuso de autoridade e ainda poderá responder judicialmente por danos materiais e morais, caso você busque seus direitos legais.
O tratamento de um cachorro contaminado pela Leishmaniose deve ser feito com muita responsabilidade, tendo o acompanhamento de um veterinário responsável e com o comprometimento total de seu proprietário, a fim de garantir a segurança do cachorro e da sociedade.
Pesquisas realizadas apontam que o uso regular de coleiras, produtos repelentes nos cães, inseticidas e vacinas, são plenamente eficientes para controlar a Leishmaniose e que a eutanásia não deve ser recomendada como método de controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC).
Veja + vídeo sobre a leishmaniose visceral canina
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