FENÓTIPO:
O termo “fenótipo” (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) é empregado para designar as características apresentadas por um indivíduo, sejam elas morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Também fazem parte do fenótipo características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação.
Entre as características fenotípicas visíveis, podemos citar a cor de uma flor, a cor dos olhos de uma pessoa, a textura do cabelo, a cor do pêlo de um animal, etc. Já o tipo sanguíneo e a sequência de aminoácidos de uma proteína são características fenotípicas revelada apenas mediante testes especiais.
O fenótipo de um indivíduo sofre transformações com o passar do tempo. Por exemplo, à medida que envelhecemos o nosso corpo se modifica. Fatores ambientais também podem alterar o fenótipo: se ficarmos expostos à luz do sol, nossa pele escurecerá.
GENÓTIPO
O termo “genótipo” (do grego genos, originar, provir, e typos, característica) refere-se à constituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui. Estamos nos referindo ao genótipo quando dizemos, por exemplo, que uma planta de ervilha é homozigota dominante (VV) ou heterozigota (Vv) em relação à cor da semente.
Fenótipo: genótipo e ambiente em interação
O fenótipo resulta da interação do genótipo com o ambiente. Consideremos, por exemplo, duas pessoas que tenham os mesmos tipos de alelos para pigmentação da pele; se uma delas toma sol com mais frequência que a outra, suas tonalidades de pele, fenótipo, são diferentes.
Um exemplo interessante de interação entre genótipo e ambiente na produção do fenótipo é a reação dos coelhos da raça himalaia à temperatura. Em temperaturas baixas, os pelos crescem pretos e, em temperaturas altas, crescem brancos. A pelagem normal desses coelhos é branca, menos nas extremidades do corpo (focinho, orelha, rabo e patas), que, por perderem mais calor e apresentarem temperatura mais baixa, desenvolvem pelagem preta.
O geneticista russo Dmitry Belyaev pelo fato de ser impossível regredir aos cães selvagens para poder estudá-los e entender o por que de terem chegado ao estado de domesticação em que estão hoje, fez o seguinte, examinou outra espécie canídea selvagem, a raposa prateada da Sibéria.
Começou com um grupo de 130 raposas, foram engaioladas e selecionadas as que eram menos medrosas, com comida atraía-as para comerem em sua mão, umas morderam, outras fugiram, outras comeram relutantemente e outras se deixaram até tocar e acariciar e ainda um número mais restrito até abanava o rabo, estas mais mansas foram selecionadas e acasalaram, com os filhotes foi feito a mesma coisa por décadas, isto tudo feito com a exposição mínima aos tratadores, depois de 40 anos estas raposas já estavam ganindo para ganhar atenção, cheirando e lambendo como os cães.
Em seguida fez-se o mapeamento do genoma e revelou que as raposas mansas tem 40 genes diferindo da raposa prateada selvagem.
Inacreditavelmente, ao selecionar um determinado traço comportamental, o genoma do animal foi alterado em meio século. E, com essa mudança genética, vieram diversas mudanças físicas, elas tem pêlos malhados e multicoloridos tipo os vira-latas de todo o mundo, orelhas moles e rabos que enrolam em cima do dorso, a cabeça é maior e o focinho mais curto, todas estas características físicas vieram de carona já que o que era selecionado era apenas o comportamento.
Outro fator de grande importância, que pode estar contribuindo para a fragilidade de algumas raças hoje, é a busca incessante de uma determinada característica física, no caso do yorkshire terrier, a busca exagerada pelos minis, tem causado muitos problemas de saúde, principalmente cardíacos.Este estudo comprova que ao selecionarmos uma característica comportamental específica de uma determinada raça de cachorro, por anos a fio, podemos também ter alterações físicas, pois como ele explica, o genoma foi alterado em meio século.
Com pastor alemão, a busca pelo traseiro cada vez mais rebaixado, tem contribuído para a geração de cães displásicos.